Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta,
não há ninguém que explique e ninguém que não entenda. 
(Cecília Meireles)

                                                    

 

                    O corredor da Morte

Sabemos tão pouco a respeito da vida...passamos os dias correndo atrás de nada,  para esgotar
todos os nossos minutos e não precisar ouvir os lamentos  do nosso coração.

Sonhamos com a eterna juventude e não percebemos que nossa Alma envelhece um pouco a cada dia, à espera  de um motivo que justifique a nossa presença nesse intrincado e maravilhoso Universo.
Estamos condenados à viver...

Vivemos como se estivéssemos presos a um
"corredor da morte", à espera do carrasco que

anunciará, finalmente, o nosso último dia.
Criamos uma rotina - baseada em regras e modelos
Inventados  por pessoas que nunca olharam em nossos olhos ou pararam para ouvir um pouco da nossa história, ou de nossos medos para não enlouquecermos de tédio.

Inventamos sonhos pequenos e quase sem poesia; 
para conferir um significado a este instante longo  entre a chegada e a execução.

Distraímos nosso coração enfeitando a cela e chamando-a  de lar; inventamos histórias de amor, para não nos desesperarmos com a angustiante espera.

Chamamos nosso carrasco de "Anjo da Morte" 
e o  juiz, de Deus.
Aceitamos a nossa pena porque não ousamos questionar o "respeitável tribunal"; ansiamos pela prorrogação da
sentença, mas não ousamos sonhar com a absolvição.

Somos seres conformados, delicados demais para gritar
por justiça, ou por felicidade, aliás, a nossa polidez e insegurança talvez sejam os maiores aliados de nossos algozes.

Temos vergonha de chutar as grades; tentar arrancar
as algemas à força; gritar mais alto que o carcereiro; rejeitar a comida que odiamos...

Somos seres dóceis, que se adaptam com muita facilidade à dor, à punição, à espera interminável, 
à infelicidade mansa e silenciosa (se ela for barulhenta  e nos denunciar, damos um jeito de calar seus gritos),  à humilhação, às limitações impostas e às mentiras 
inventadas por nós mesmos, para disfarçar tudo isso.

Não nos acreditamos feitos para os jardins, preferimos
os quartos seguros, com paredes grossas e grades nas janelas.Não ousamos almejar um mundo sem cercas, pois nossa meta é uma corrente mais longa e uma coleira menos apertada. Não nos permitimos a poesia, optamos por respostas "coerentes"  e enquadradas na lógica dos pequenos arquitetos deste universo.

Sentimos muito pouco e aprendemos, desde cedo, a não
manifestar nossos sentimentos, para que o mundo não perceba nossa humanidade.

Queremos possuir coisas, ainda que saibamos que tudo
ficará "guardado" em "lugar seguro" pelo carcereiro para,posteriormente ser entregue aos nossos familiares; essa certeza nos conforta e nos dá mais  coragem para caminharmos em direção à dose letal.

Fingimos, o tempo todo, que tudo será para sempre
e que, no último instante, o veneno perderá seu efeito e, milagrosamente, venceremos a morte,  sairemos vitoriosos...  como se morrer, não fosse  uma maneira de vencer a vida; só nos esquecemos de que viver em plenitude e com  alegria, é a única maneira de vencer a morte.


Míriam Morata Novaes
Extraído do Jornal Magus


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