Procurando a
           felicidade
           
           
           Um homem não conseguia encontrar a felicidade em lugar nenhum.
         
         Um dia ele resolveu sair pelo mundo à procura da felicidade.
         
         Fechou a porta da sua casa e partiu com a disposição de percorrer 
         todos os caminhos da terra até encontrar o lugar de ser feliz.
         
         Aonde chegava reunia um grupo a quem explicava os planos que tinha para
         ser feliz.
         
         Afirmava que seus seguidores seriam felizes na posse de regiões
         gigantescas, onde haveria montes de ouro.
         
         Mas o povo lamentava e ninguém o seguia.
         
         No dia seguinte novamente partia.
         
         Assim, foi percorrendo cidades e cidades, de país em país, anos a
         fio.
         
         Mas um dia percebeu que estava ficando velho sem ter encontrado a
         felicidade.
         
         Seus cabelos tingiam-se de branco, suas mãos estavam enrugadas, suas
         roupas esfarrapadas, os calçados aos pedaços.
         
         Além disso, estava cansado de procurar a felicidade, tão inutilmente.
         
         Enfim, depois de muito andar, parou em frente à uma casa antiga. As
         janelas de vidro estavam quebradas, o mato cobria o canteiro do jardim,
         a poeira invadia quartos e salas.
         
         Ele olhou e pensou que ali, naquela casa desprezada e sem dono, ele
         construiria a sua felicidade: arrumaria o telhado, colocaria vidro nas
         janelas, pintaria as paredes, cuidaria do jardim.
         - Vou ser feliz aqui. Disse ele.
         
         E o homem cansado foi andando até chegar a porta.
         
         Quando entrou, ficou imóvel, perplexo!
         
         Aquela era a sua própria casa, que ele abandonara há tantos anos à
         procura da felicidade.
         
         Então ele compreendeu que de nada tinha adiantado dar a volta ao
         mundo, pois a felicidade estava dentro da própria casa, dentro dele... 
         e ele não tinha percebido.
           
           
           1739
           Maktub