Só o mais tolo e o mais sábio não mudam de opinião.
 Lembre-se: existe sempre alguém mais sábio que você.

 

 

 


Falsos Profetas

Os movimentos ditos "apocalípticos" provocam na verdade um dano muito maior do que o revelado quando de seus desmantelamentos. Em primeiro lugar, ao fazerem a pregação do "fim do mundo", "dos últimos tempos", do "Armagedon" e assuntos análogos, de forma tão absurdamente errada e ridícula, provocam nas pessoas sensatas uma compreensível repulsa por qualquer menção ao fim de uma era, e conseqüentemente também de um Julgamento Final.

Essas pessoas tapam então os olhos e ouvidos imediatamente diante de qualquer coisa que lhes pareça ter um ar escatológico. Pondo tudo numa panela só, elas não poderão, evidentemente, verificar com imparcialidade se no meio de toda essa tolice existe algo que se coadune com a Verdade. As trevas obtêm dessa maneira a vitória que realmente lhes interessa: a de afastar os seres humanos de qualquer pensamento a respeito do Juízo Final, fazendo com que eles, em virtude dessa negligência (que não deixa de ser também indolência), acabem se perdendo.

E este processo já vem de longa data. Segue abaixo um relato cronológico das maiores sandices já divulgadas a respeito do "fim do mundo" e assuntos análogos: No ano 960 da nossa era, um alemão de nome Bernard anunciou que o fim do mundo se daria quando a sexta-feira santa coincidisse com a anunciação da Virgem. Quando isso ocorreu, em 992, a cristandade, temerosa, acorreu em massa às igrejas para rezar.

Em 1179, o astrólogo Juan de Toledo previu imensas catástrofes para o ano de 1186, que poderiam levar ao fim do mundo e ao Juízo Final. O pânico se alastrou pela Europa e Oriente Médio. O arcebispo de Canterbury decretou uma semana nacional de penitência. O imperador de Constantinopla mandou murar todas as portas e janelas do seu palácio, enquanto uma grande parte da população cavava para si abrigos subterrâneos ou refugiava-se em cavernas e grutas.

Em 1523, um astrólogo inglês anunciou que o fim do mundo fora marcado para o dia 21 de fevereiro de 1524, e que começaria com a destruição de Londres por um dilúvio. O pânico foi tal que mais de 20 mil pessoas abandonaram a cidade para se refugiar nas colinas dos condados de Essex e Kent. O clero local construiu para si uma fortaleza na colina de Harrow, e lá se instalou com provisões para dois meses.

O anabatista alemão Melchior Hofman anunciou a volta de Cristo à Terra para 1533, quando o mundo seria destruído pelo fogo, com exceção da cidade de Estrasburgo, que se tornaria então a Nova Jerusalém. Muitos adeptos se desfizeram de todos os bens terrenos para salvar suas almas. Em 1693, Jacob Zimmerman calculou que o fim do mundo teria lugar em outubro de 1694, e fundou uma colônia na Pensilvânia para aguardar lá a chegada do Juízo Final. Seus discípulos construíram um tabernáculo de madeira com um telescópio no telhado, para poderem observar o céu e os astros no momento
final.

Em 1806, uma albergueira inglesa de nome Mary Bateman anunciou que uma de suas galinhas punha ovos sobre os quais se podia ler "Cristo está chegando". Ela havia tido uma revelação de que o mundo seria destruído pelo fogo, e que o Juízo Final viria quando a galinha agraciada tivesse botado 14 ovos com a inscrição sagrada. Depois de estudar a Bíblia por dois anos, em particular o Livro de Daniel, William Miller se convenceu de que o mundo seria destruído pelo fogo no ano de 1843. A partir de 1840 o número de seus adeptos começou a crescer, até atingir centenas de milhares por toda a costa leste dos Estados Unidos. No início do ano fatídico ele construiu um tabernáculo em Boston, para cuja consagração acorreu uma multidão de quase 4 mil pessoas.

Em 1844, uma vidente do Hawaí, chamada Hapu, anunciou que fazia parte da Santíssima Trindade juntamente com Jesus e Jeová, e ameaçou com os piores castigos divinos aqueles que se recusassem a crer em suas palavras. O sucesso com os havaianos foi imediato quando ela afirmou que não era mais necessário trabalhar, já que o fim do mundo estava próximo. Em 1895, um sacerdote protestante publicou um livro em Berlim em que anunciava o fim do mundo para 1908. Havia lá a previsão de uma guerra européia para 1897, o aparecimento de um novo Napoleão em 1899, um enorme terremoto em 1904, a ascensão ao céu dos 144 mil eleitos em 12 de março de 1908 e outras coisas semelhantes...

No início do século, os adeptos da seita russa "Irmãos e Irmãs da Morte Vermelha" estavam certos de que o fim do mundo ocorreria no dia 13 de novembro de 1900. Convencidos de que deveriam suicidar-se, 862 deles decidiram morrer na fogueira. Quando a polícia chegou, já havia uma centena de irmãos carbonizados. Alguns anos depois da tragédia na Rússia, o arcanjo Gabriel apareceu à jovem americana Margaret Rowan, comunicando-lhe que o fim do mundo seria exatamente à meia-noite da sexta-feira, 13 de fevereiro de 1925.

Em 1938, um pastor protestante chamado Long teve a visão de uma misteriosa mão escrevendo numa espécie de quadro-negro a data "1945", enquanto uma voz lhe comunicava que o fim do mundo teria lugar no dia 21 de setembro daquele ano, às 17h33min, momento em que tudo o que houvesse na face da Terra se vaporizaria e se desintegraria. Long angariou milhares de adeptos com sua história. Na década de 50 a canadense Agnès Carlson fundou uma seita denominada "Os Filhos da Luz", com a promessa de que o fim do mundo aconteceria em 9 de janeiro de 1953.

No dia 18 de maio de 1954, os engenheiros da cidade de Roma encarregados de cuidar do Coliseu constataram o  aparecimento de grandes fissuras no monumento, que ameaçavam fazê-lo desabar. Foi o que bastou para um profeta de plantão anunciar que aquilo era o sinal do começo do fim, e que o mundo seria completamente destruído no dia 24 de maio daquele ano, ou seja, seis dias depois. Em seu livro O Fim do Mundo, Maurice Chatelain narra o que aconteceu: "Milhares de romanos se precipitaram para o Vaticano, a fim de pedir ao papa que os absolvesse de seus pecados.

Mas o papa os mandou de volta sem absolvição, explicando-lhes que, se o fim do mundo estivesse para chegar, ele seria certamente o primeiro a saber. Interrogando-se então sobre a serventia de um papa que não era sequer capaz de absolvê-los de seus pecados, os romanos voltaram em massa para a Praça de São Pedro, na segunda-feira, 24 de maio, para lá aguardar o fim do mundo e o Juízo Final. Mas o fim do mundo não ocorreu, e alguns operários foram mandados para reparar as paredes do Coliseu."

Em 1960, o médico italiano Elio Bianco fundou uma seita denominada "Comunidade do Monte Branco", com cerca de 40 discípulos. Segundo Bianco, o mundo seria destruído no dia 14 de julho de 1960, às 01h45min, pela explosão de uma bomba americana ultra-secreta. Ainda na década de 60, astrólogos hindus chegaram à conclusão de que o mundo acabaria em 4 de fevereiro de 1962, por conta de uma conjunção do Sol, da Lua e mais 5 planetas. Segundo Maurice Chatelain, milhões de crentes caíram de joelhos, implorando à deusa Chandi Path que os poupasse e fazendo queimar quase duas toneladas de manteiga para apaziguar sua cólera. Como nada aconteceu na data estipulada, concluíram que a deusa atendera suas preces.

No dia 13 de maio de 1980, 700 adeptos da seita brasileira Borboletas Azuis se reuniram para esperar o dilúvio. Em 1997 a seita ainda contava com 15 persistentes fiéis. Em outubro de 1992, o profeta Lee Jang-Rim levou cem mil fiéis da Igreja Missionária Dami, na Coréia, a esperar pelo minuto final, previsto para a meia-noite. Uma chuva incandescente cairia sobre o planeta, nuvens carregadas de dragões desceriam à Terra e os seus seguidores ascenderiam ao céu. Jang-Rim acabou processado pelos fiéis, 46 dos quais pelo menos haviam doado a ele todos os seus bens.

Em novembro de 1993, Marina Tsvygun, líder da Grande Irmandade Branca, ordenou a centenas de seguidores que se reunissem na capital da Ucrânia, Kiev, para aguardar o fim do mundo. Como nada ocorreu, os fiéis deram início a um quebra-quebra na cidade e cerca de 500 pessoas foram presas. Apesar dos fracassos pregressos, os movimentos escatológicos atuais ainda desfrutam de uma certo interesse quando fazem acertadamente menção ao incremento contínuo de catástrofes e tragédias. Como esses eventos estão de fato aumentando, tanto em quantidade como em intensidade, eles dispõem assim de uma "prova" de que estão no caminho certo...

Mas pior ainda é quando, além da divulgação de conceitos errados a respeito do Julgamento da humanidade, apresenta-se conjuntamente um "salvador da calamidade" e/ou "transmissor de novas revelações". E isso também vem de longe. No apocalíptico ano de 1666, um judeu chamado Shabetai Zevi declarou ser o messias, anunciou que a redenção estava próxima e escolheu doze discípulos para serem juízes das tribos de Israel... Foi entusiasticamente aceito por judeus em todo o mundo. Em 1759, um tal Jacob Frank sugeriu que era Deus encarnado e angariou grande quantidade de adeptos...

No início de 1814, uma senhora inglesa de 64 anos, chamada Joanna Southcott, anunciou que estava grávida do Espírito Santo e daria à luz, no dia 19 de outubro de 1814, uma criança divina de nome Shiloh, que seria o segundo messias. Esta data marcaria também o fim do mundo e o Juízo Final. Para convencer os incrédulos, Joana pediu para ser examinada por 21 médicos, dos quais 17 declararam que ela estava realmente grávida. Maurice Chatelain conta o desenrolar do drama: "Então a exaltação religiosa não teve mais limites. Milhares de fanáticos instalaram-se diante da casa onda ela morava e começaram uma longa vigília de orações, na espera do nascimento da criança sagrada que os iria salvar das labaredas do inferno.

Muitos deles caíram de cansaço e houve inclusive três que morreram no local. Finalmente veio o dia 19 de outubro, mas o messias não chegou. Chamaram então os médicos, que constataram que Joanna nunca estivera grávida, mas gravemente doente, tanto da cabeça como do corpo. Ela morreu, aliás, dez dias depois, e seus discípulos pensaram que a volta do messias, o fim do mundo e o Juízo Final haviam sido transferidos para mais tarde."

No nosso século, vários messias já se auto-anunciaram em todo o mundo. No Brasil, há um que se paramenta com o tipo de indumentária que Jesus usava em sua época, afirmando simplesmente ser a reencarnação de Cristo, título que ele rivaliza com um seu colega coreano. Esse tipo de gente, instigados por forças tenebrosas e de forma totalmente inconsciente, procura desviar a atenção de pesquisadores sérios em relação à passagem do Filho do Homem pela Terra (ver capítulo 7). Constituem eles a mais perigosa e dissimulada armadilha das trevas em seu embate final contra a Luz, na tentativa de arrastar com elas o maior número possível de almas na destruição completa que já vislumbram. Por isso é tão necessária a máxima vigilância de que um espírito humano é capaz.


Roberto C. P. Júnior

 
 

 

 
 
 

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