Caminhos da Vida
Tu és o sótão e eu o porão. Tu és a cumeeira e eu o
alicerce oculto. Tu és a parte exposta do iceberg.
Eu sou a metade submersa, Tu és o zênite e eu o
nadir.
Tu és a cara da moeda e eu a coroa, eu te conheço
porque és a outra parte de mim, Tu me conheces
porque sou a outra parte de ti. Para que possas ser
a metade exposta.
É preciso que eu seja a metade implícita para que
possas declinar versos angelicais.
É preciso que eu derrame versos abismais eu não
minto e nem tu mentes jamais escolhes falar da luz
por opção Escolho rasgar abismos por oposição.
Caminhamos paradoxalmente na mesma direção Para que
possas suportar-te na cumeeira Faço-me a base segura
e obscura do teu altar e nesta junção milenar somos
qual duas linhas paralelas.
Fadadas a andar lado a lado sem jamais poder se
encontrar.
Fátima Irene Pinto
www.rivalcir.com.br
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