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Julgamento
O padre José Roberto, da Igreja da Ressurreição, no Rio de
Janeiro, saía certa manhã bem cedo, quando seu carro foi cercado
por três adolescentes.
- Passamos a noite em claro, padre - disse um deles, em tom
desafiador. Pode imaginar onde estivemos?
Como qualquer ser humano normal, José Roberto preferiu ficar
quieto. Imaginou o que significa uma noite em claro naquela idade,
sentiu medo pelos riscos que os garotos devem ter corrido, pensou na
preocupação dos pais.
O adolescente que iniciara a conversa terminou por responder à própria
pergunta:
- Ficamos na Igreja de N. S. de Copacabana, adorando a Virgem. Saímos
de lá tão eufóricos que viemos caminhando até aqui
(aproximadamente 3 quilômetros), cantando alto, rindo, falando com
todo mundo.
Pelo menos uma das pessoas nos perguntou: "Como é que vocês,
tão jovens, não têm vergonha de estarem bêbados a esta hora da
manhã?"
O padre José Roberto deu partida no seu carro, e seguiu em direção
ao seu compromisso. No caminho, se perguntou muitas vezes:
"Eu também me deixei levar pelas aparências, e cometi uma
injustiça em meu coração. Será que algum ser humano vai
finalmente entender a frase de Jesus, "Vocês serão julgados
com a mesma medida com que julgam seu próximo?" :-)
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