O QUE PARECE NEM SEMPRE É
Certa vez,
havia em uma aldeia um homem velho e sábio. Era com sua sabedoria
que os aldeãos contavam para obter respostas a perguntas e preocupações.
Um dia um fazendeiro procurou-o e disse, em tom frenético:
-- Sábio homem, ajude-me! Aconteceu algo terrível! Meu boi morrei
e não tenho outro animal para me ajudar a arar o campo. Esta não
é a pior coisa que poderia ter-me acontecido?
Em sua simplicidade, o homem lhe respondeu:
--Talvez sim, talvez não!
O fazendeiro correu de volta para a aldeia e contou aos vizinhos que
o sábio tinha ficado maluco. É claro que esta era a pior coisa que
podia ter-lhe acontecido. Como ele não via isso?
No dia seguinte, um cavalo jovem e forte foi visto nas proximidades
de sua propriedade. Como não tinha nenhum boi para ajudá-lo,
resolveu aproveitar o animal. Foi o que fez. Que felicidade! Nunca
fora tão fácil arar o campo...
Voltou ao sábio e desculpou-se com ele:
-- Você estava certo. Ao contrário do que eu pensava, perder o boi
não foi a pior coisa que poderia ter-me acontecido. Foi uma bênção!
Se não fosse isso, eu não teria capturado um cavalo. Você há de
concordar que essa foi a melhor coisa que poderia ter-me acontecido.
O sábio repetiu:
--- Talvez sim, talvez não! "Outra vez, não!"
Pensou o fazendeiro. "Agora não tenho dúvida de que o sábio
está enlouquecendo."
Novamente não sabia o que o esperava.
Alguns dias mais tarde, seu filho estava andando a cavalo, caiu e
quebrou a perna. Por isso, não podia mais ajudá-lo na colheita.
-- Oh não!!!, suspirou o fazendeiro. Agora vamos morrer de fome! E
foi atrás do sábio. Desta vez, ele disse: como você podia saber
que capturar o cavalo não era uma boa coisa?
Mais uma vez estava certo. Meu filho se machucou e agora não pode
me ajudar na colheita. Esta foi a pior coisa que poderia ter-me
acontecido. Imagino que agora você vá concordar.
Como das outras vezes, o sábio olhou para ele
calmamente e num tom compassivo, repetiu:
--- Talvez sim, talvez não!
Enraivecido com tal ignorância, o fazendeiro voltou bufando para a
aldeia. No dia seguinte, chegaram tropas ao vilarejo.
Vinham para levar todos os homens jovens e saudáveis
para a guerra, que acabara de estourar.
O filho do fazendeiro foi o único a ser poupado. Enquanto
os demais estavam fadados a morrer, ele fora salvo.
MORAL DA HISTÓRIA:
A verdade é que não sabemos o que vai nos acontecer. Apenas
pensamos que sabemos. Muitas vezes, fazemos uma tempestade em torno
de algo que nada tem demais.
Como não temos o conhecimento, sentimos medo, criamos
em nossas mentes roteiros terríveis do que poderá
acontecer. Em geral, estamos errados.
Se ao invés de agir assim, nos mantivermos abertos
às oportunidades, podemos estar certos de
que tudo acabará bem.
Lembrem-se, sempre: talvez sim, talvez não.
Bom dia!!
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