A
Dificuldade de agradar a todos
Muitas pessoas se comportam da forma
que imaginam que agradará a todos.
Esta metáfora nos fala da
impossibilidade de realizar este
objetivo e sobre a necessidade de
confiarmos em nosso
julgamento interno.
Em pleno calor do dia um pai andava
pelas poeirentas ruas de Keshan
junto com seu filho e um jumento.
O pai estava sentado no animal,
enquanto o filho o conduzia, puxando
a montaria com uma corda. Pobre
criança!, exclamou um passante, suas
perninhas curtas precisam
esforçar-se para não ficar para trás
do jumento.
Como pode
aquele homem ficar ali sentado tão
calmamente sobre a montaria, ao ver
que o menino está virando um farrapo
de tanto correr. O pai tomou a sério
esta observação, desmontou do
jumento na esquina seguinte e
colocou o rapaz sobre a sela.
Porém não passou muito tempo até que
outro passante erguesse a voz para
dizer: Que desgraça! O pequeno
fedelho lá vai sentado como um
sultão, enquanto seu velho pai corre
ao lado. Esse
comentário
muito magoou o rapaz, e ele pediu
ao pai que montasse também no burro,
às suas costas.
Já se viu coisa como essa?,
resmungou uma mulher usando véu.
Tamanha crueldade para com os
animais! O lombo do pobre jumento
está vergado, e aquele velho que
para nada serve e seu filho
abancaram-se como seu o animal fosse
um divã.
Pobre
criatura!
Os dois alvos dessa amarga crítica
entreolharam-se e, sem dizer
palavra, desmontaram. Entretanto
mal tinham andado alguns passos
quando outro estranho fez troça
deles ao dizer: Graças a Deus que
eu não sou tão bobo assim!
Por que vocês dois conduzem esse
jumento se ele não lhes presta
serviço algum, se ele nem mesmo
serve de montaria para um de vocês?
O pai
colocou um punhado de palha na boca
do jumento e pôs a mão sobre o ombro
do filho.
Independente do que fazemos, disse,
sempre há alguém que discorda de
nossa ação. Acho que nós mesmos
precisamos determinar o que é
correto.