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Amor verdadeiro
Quantas vezes
você já olhou um
casal, passeando
de mãos dadas ou
abraçado e
se perguntou
como eles podem
se amar, sendo
tão diferentes?
Quantas vezes já
pensou em como
aquela moça tão
elegante pode
amar aquele
homem com ar tão
desengonçado?
Ou como aquele
homem tão
bonito,
parecendo um
deus da beleza
pode amar
aquela mulher
tão destituída
de atrativos?
Toda vez que
essas idéias nos
atravessam a
mente, é que
estamos julgando
o
amor pelo
exterior.
Mas, já dizia o
escritor de o
pequeno
príncipe: "o
essencial é
invisível
para os olhos."
A propósito,
conta-se que o
avô do conhecido
compositor
alemão
Mendelssohn,
estava muito
longe de ser
bonito.
Moses era baixo
e tinha uma
corcunda
grotesca.
Um dia,
visitando um
comerciante na
cidade de
Hamburgo,
conheceu a sua
linda
filha. E logo se
apaixonou
perdidamente por
ela.
Entretanto, a
moça, ao vê-lo,
logo o repeliu.
Aquela aparência
disforme
quase a enojou.
Na hora de
partir, Moses se
encheu de
coragem e subiu
as escadas.
Dirigiu-se
ao quarto da
moça para lhe
falar.
Desejava ter sua
última
oportunidade de
falar com ela.
A jovem era uma
visão de beleza
e Moses ficou
entristecido
porque ela se
recusava até
mesmo a olhar
para ele.
Timidamente, ele
lhe dirigiu uma
pergunta muito
especial: "você
acredita em
casamentos
arranjados no
céu?"
Com os olhos
pregados no
chão, ela
respondeu:
"acredito!"
"Também
acredito." -
afirmou Moses -
"Sabe, acredito
que no céu,
quando um
menino vai se
preparar para
nascer, Deus lhe
anuncia a menina
com quem vai
se casar.
Pois quando eu
me preparava
para nascer,
Deus me mostrou
minha futura
noiva.
Ela era muito
bonita e o bom
Deus me disse:
"sua mulher será
bela, contudo
terá uma
corcova."
Imediatamente,
eu supliquei:
"senhor, uma
mulher com uma
corcova será uma
tragédia. Por
favor, permita
que eu seja
encurvado e que
ela seja
perfeita."
Nesse momento, a
jovem,
emocionada,
olhou
diretamente nos
olhos de Moses
Mendelssohn.
Aquela era a
mais
extraordinária
declaração de
amor que ela
jamais imaginara
receber.
Lentamente,
estendeu a mão
para ele e o
acolheu no fundo
de seu coração.
Casou-se com ele
e foi uma esposa
devotada.
O amor
verdadeiro tem
lentes especiais
para ver o
outro. Vê, além
da
aparência
física, a
essência. E
assim, ama o que
é real.
A aparência
física pode se
modificar a
qualquer tempo.
A beleza
exterior
pode vir a
sofrer muitos
acidentes e se
modificar,
repentinamente.
Quem valoriza o
interior do
outro é como um
hábil
especialista em
diamantes
que olha a pedra
bruta e consegue
descobrir o
brilho da
preciosidade.
É como o artista
que acaricia o
mármore,
percebendo a
imagem da beleza
que
ele encerra em
sua intimidade.
Este amor
atravessa os
portões desta
vida e se
eterniza no
tempo, tendo
capacidade de
acompanhar o
outro em muitas
experiências
reencarnatórias.
Este é o
verdadeiro amor.
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